1. O exercício clínico promove adaptação tecidual e a recuperação funcional

O uso de estímulos mecânicos adequados é essencial para promover adaptações no tecido muscular, tendinoso e ligamentar. A exposição progressiva à carga faz com que haja reorganização do colagénio assim como, o aumento da capacidade de produção de força e a melhoria da tolerância ao esforço. 

A prescrição deve privilegiar carga progressiva, individualizada e monitorizada, ajustando volume, intensidade e frequência de acordo com a resposta do tecido.

2. O exercício clínico atua como estratégia ativa de modulação da dor

O exercício clínico desempenha um papel importante na modulação da dor através de mecanismos neurofisiológicos, sendo alguns deles, a analgesia induzida pelo exercício e redução da sensitização central. A literatura indica que o exercício é eficaz no controlo da dor quando a intensidade e o tipo de estímulo são adequados. 

O exercício deve ser utilizado como ferramenta terapêutica para controlo da dor, respeitando limites toleráveis para não reforçar movimentos  e adaptações de evicção e de cinesiofobia. 

Exemplo: dor ≤ 3–4/10 

3. O exercício clínico reduz o risco de recidiva através da melhoria da capacidade funcional

O exercício clínico aumenta a força, melhora a resistência, promove a estabilidade articular e controlo neuromuscular, reduzindo as recidivas. Programas estruturados que integram treino de força além das componentes acima descritas demonstram resultados positivos a médio e longo prazo.

O plano de treino deve incluir componentes de força, estabilidade e controlo neuromuscular, que devem ser mantidos até que critérios objetivos e protocolados sejam atingidos, e não apenas até ao desaparecimento da dor.

4. O exercício clínico melhora a circulação, oxigenação e recuperação metabólica

O exercício clínico aumento do aporte sanguíneo local e sistémico, aumentando o fornecimento de oxigénio aos tecidos. Este efeito é extremamente importante após períodos de imobilização ou inatividade. 

A atividade física deve começar com uma baixa a moderada intensidade em fases iniciais, progredindo conforme a tolerância, para promover o aumento do metabolismo e reduzir efeitos da inatividade.

5. O exercício clínico restaura o controlo motor e a qualidade do movimento

Após o evento de lesão ocorrem alterações no controlo motor e propriocepção. O exercício clínico, quando orientado para a funcionalidade, permite reeducar o sistema neuromuscular, melhorar a eficiência biomecânica e preparar o utente  para o retorno às atividades da vida diária ou desportivas.

Na intervenção deve prevalecer e insistir na qualidade do movimento, focando em exercícios funcionais e tarefas específicas no contexto do utente, sejam tarefas diárias ou desporto de alta competição.

Referências

Bohm, S., Mersmann, F., & Arampatzis, A. (2015). Human tendon adaptation in response to mechanical loading: A systematic review and meta-analysis. Sports Medicine, 45(11), 1575–1597

Dingenen, B., & Gokeler, A. (2017). Optimization of the return-to-sport paradigm after anterior cruciate ligament reconstruction. Sports Medicine, 47(6), 1171–1184

Geneen, L. J., et al. (2017). Physical activity and exercise for chronic pain in adults. Cochrane Database of Systematic Reviews, (4), CD011279

Hellsten, Y., & Nyberg, M. (2015). Cardiovascular adaptations to exercise training. Comprehensive Physiology, 6(1), 1–32

Hübscher, M., et al. (2019). Neuromuscular training for injury prevention. Sports Medicine, 49(3), 401–414.

Lepley, L. K., & Palmieri-Smith, R. M. (2015). Neuromuscular deficits after anterior cruciate ligament injury. Clinical Sports Medicine, 34(1), 1–15.

McGee, S. L., & Hargreaves, M. (2020). Exercise adaptations: Molecular mechanisms. Physiological Reviews, 100(4), 1327–1384

Rio, E., et al. (2015). Isometric exercise induces analgesia and reduces inhibition in patellar tendinopathy. British Journal of Sports Medicine. 

van Melick, N., et al. (2016). Evidence-based clinical practice update: Practice guidelines for anterior cruciate ligament rehabilitation. British Journal of Sports Medicine, 50(24), 1506–1515.

Add Your Heading Text Here