[vc_row][vc_column][vc_column_text]A Diabetes Mellitus é uma doença crónica de origem metabólica e caracterizada pelos elevados níveis de glicemia no organismo, provocando alterações do foro neuro-sensitivo-motor e vascular.
As consequências da persistência de altos níveis de glicemia no sangue são a alteração de sensibilidade, deformação osteoarticular do pé e má permeabilidade vascular, afetando predominantemente as extremidades.
Em Portugal, 10 a 13% da população sofre de Diabetes, preocupante prevalência comparativamente com os países constituintes da União Europeia, custando ao setor público mais de 700 milhões de euros.
É possível “conviver” com qualidade com a Diabetes através da educação para hábitos de vida saudável, como atividade física, boa alimentação e comportamento profilático na triagem das possíveis alterações, como na saúde podológica.
A Podologia, em contexto multidisciplinar, pode através de ações de consulta e rastreio, prevenir, avaliar, diagnosticar, tratar e encaminhar as alterações nefastas por complicações da doença, através de:
1 – Palpação e avaliação da permeabilidade vascular
2 – Avaliação da sensibilidade com monofilamento de semmes-weinstein 10g
3 – Avaliação da sensibilidade vibratória com diapasão 128 Hz
4 – Avaliação das pressões plantares com podobarometria
5 – Inspeção das alterações dérmicas
6 – Profilaxia para os cuidados de manutenção de saúde e higiene dos pés
7 – Aconselhamento de meias/peúgas e calçado adequados
8 – Controlos periódicos
Conselhos do Podologista:
- Observar a consistência, assim como, a coloração da pele e unhas é importante na deteção precoce de alterações que possam ser resultantes de processos neurológicos (inervação), vasculares (circulação sanguínea) ou por traumatismo com o solo ou o calçado.
- Manter a região plantar dos pés hidratados e os espaços entre os dedos devidamente secos constitui um dos cuidados primários para saúde do pé, uma vez que, a perda de elasticidade da pele, da hidratação cutânea e da pilosidade são consequências da Diabetes.
- Deve evitar caminhar descalço e observar o interior do calçado antes de o calçar, pois pequenos objetos podem originar lesão cutânea.
- O calçado deverá possuir uma sola ampla, semirrígida e com espaço suficiente entre o dedo maior e a margem da costura. Dar preferência a materiais como o couro, pois estes permitem ser impermeáveis ao meio externo e permeáveis à transpiração respeitando a pele.
- As meias devem possuir cores mais claras para permitir observar algum ferimento recorrente da fricção do pé com o calçado, por exemplo. Não devem ter costuras nas extremidades, para não criar conflito com região dos dedos.
- Controlar os níveis de hemoglobina glicada e realizar controlos trimestrais podológicos para a deteção precoce de alterações infeciosas, perturbações na circulação sanguínea nos membros inferiores e deformações no equilíbrio estrutural dos pés, que possam originar feridas por sobrecarga (úlceras de pressão) são cruciais na prevenção da catástrofe silenciosa que pode afetar os pés, a integridade de um membro e a vida.
Referências bibliográficas:
Duarte, R. & colaboradores. (2002). Diabetologia clínica. Edições Lidel.
Autor:
Dr. Manuel Cerqueira, Podologista[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]