[vc_row][vc_column][vc_column_text]A depressão de uma criança pode ser o reflexo da depressão dos pais, nomeadamente a depressão pós-parto da mãe. Esta depressão impede a mãe de cuidar e estimular o seu filho corretamente, de interagir com ele e de estar disponível para estabelecer com ele uma relação vinculativa, não desempenhando o seu papel de mãe e privando a criança de estabelecer os seus pontos de referência e os seus ritmos normais pode desenvolver-se quadro de angústia. Quanto mais segura for a vinculação da criança ao adulto que dela cuida, mais fácil parece ser para a criança, por fim, se tornar independente desse adulto e desenvolver boas relações com os outros. A relação entre a vinculação e as características observadas anos mais tarde sublinha continuidade do desenvolvimento e inter-relação entre o desenvolvimento emocional, cognitivo e físico. Os bebés deprimidos apresentam alguma apatia ou atraso nas etapas essenciais do seu desenvolvimento (sentar, andar, alimentar-se), sem que se encontre uma explicação física. Ou podem ainda, permanecer inconsoláveis e chorar sem parar. Não interagem com os outros, não olham nos olhos, não se riem e atrasam-se nas vocalizações antes da fala.

A depressão infantil tem várias “faces” e formas de ser expressada. Se nos adultos, vários são os sintomas, por vezes contraditórios, apresentados em diagnóstico depressivo, nas crianças a sintomatologia é ainda mais diversa e por vezes difícil de identificar. Por exemplo, uma criança que apresenta comportamento disruptivo, hiperativo e violento pode estar a expressar a sua depressão da mesma forma que uma criança, apática, pouco comunicativa e resignada também o está! As crianças, ao longo do seu processo desenvolvimental, vão adquirindo competências e formas comunicacionais que facilitam a expressão mais evidente da sua depressão.

Quando os sinais revelados pela criança não são identificados pelos pais e educadores, muito dificilmente a criança será capaz, de sozinha, ultrapassar o seu quadro depressivo e desenvolver uma personalidade e conduta social normativa e isenta de quadro psicopatológico quando se tornar adulta. O mais provável é desenvolver alterações de personalidade que são formas de funcionamento menos saudáveis.

A partir do momento que os pais concordarem que algo se passa com a criança, devem levá-la a um profissional. Caso contrário, os danos causados por uma depressão podem ser irreversíveis. Na maior parte dos casos, o apoio da família e a psicoterapia são suficientes para resolver o problema. Paralelamente, um quadro depressivo infantil tem consequências ao nível do aproveitamento escolar porque a sua personalidade deprimida o convenceu que não é capaz de ter sucesso na escola, porque inicialmente estava com menos atenção, trabalhava menos em casa e tinha menos vontade de aprender. O apoio psicopedagógico é essencial no reajuste das suas competências e aptidões de aprendizagem escolar (concentração, resiliência, motivação,…).[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]